
Ex-presidente Fernando Collor é preso por corrupção

O ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), o primeiro presidente eleito democraticamente, foi preso nesta sexta-feira (25) por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), informou uma fonte policial.
Collor, de 75 anos, foi preso em Maceió, no estado de Alagoas, disse a fonte, sob condição de anonimato. Ele foi condenado em 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção em uma investigação derivada da Operação Lava Jato.
A polícia o prendeu "às 4 da manhã" enquanto se preparava para viajar a Brasília para cumprir a decisão judicial, disse seu advogado de defesa, segundo uma nota citada imprensa.
O ex-presidente (1990-1992) deve permanecer preso em Maceió "até a decisão do STF", disse a fonte policial. Alguns veículos de imprensa afirmam que ele será transferido a Brasília para começar a cumprir sua pena.
A Justiça o considerou culpado de receber 20 milhões de reais enquanto era senador, entre 2010 e 2014, para "facilitar irregularmente contratos" entre uma construtora e uma antiga subsidiária da Petrobras.
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes e será submetida à homologação do plenário do STF nesta sexta-feira.
Moraes justificou sua decisão considerando que os recursos interpostos pela defesa de Collor contra a condenação de 2023 eram "meramente protelatórios".
Seus advogados receberam a decisão "com surpresa e preocupação", segundo um comunicado à imprensa.
- Destino comum -
Collor não é o único ex-presidente brasileiro a ter problemas com a Justiça. Desde o fim da ditadura militar (1964-1985), quatro dos sete ocupantes do Palácio do Planalto foram, em algum momento, condenados, presos ou afastados do cargo.
E o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) está prestes a ser julgado por tentativa de golpe após ter sido derrotado em sua tentativa de reeleição.
Primeiro presidente eleito por sufrágio universal após o regime militar (1964-1985), Collor gerou grande expectativa ao chegar ao poder.
No entanto, renunciou à presidência em 1992 por acusações de corrupção. Em 1989, derrotou o líder de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
Lula, presidente de 2003 a 2010, passou 18 meses preso entre 2018 e 2019, também no âmbito da Operação Lava Jato.
A condenação de Lula acabou sendo anulada pelo STF e o líder de esquerda retornou ao Planalto em 2023.
Após renunciar à presidência em meio a protestos de rua, Collor conseguiu retornar à política em 2006, eleito senador por Alagoas. Ocupou o cargo até 2022, quando apoiou Bolsonaro nas eleições.
Segundo o STF, como senador, Collor usou sua influência político-partidária para promover indicações para o conselho administrativo de uma distribuidora de combustíveis, subsidiária da Petrobras, e para direcionar contratos.
C.Diez--HdM